Alta nas matérias-primas preocupa empresários do mercado de calçados, aponta pesquisa

O aumento se deve à desaceleração da cadeia global de transportes e ao suprimento causado pela pandemia da COVID-19

 

A indústria de calçados vem sofrendo nos últimos meses com a escassez e o aumento no preço das matérias-primas, provocados principalmente pela pandemia da COVID-19, que desacelerou e fechou os processos de cadeias globais. É o que aponta a última edição do World Footwear Experts Panel Survey, levantamento semestral realizado pela World Footwear em parceria com especialistas do setor calçadista.

 

Dos entrevistados, 84% afirmam estar preocupados com o aumento dos preços das matérias-primas para a confecção de calçados, e apontam que esse será o maior obstáculo para o mercado nos próximos seis meses, assim como dificuldades em encontrar mão de obra qualificada para atender à demanda de produção.

 

Na publicação do primeiro levantamento deste boletim, no segundo semestre de 2019, a concorrência nos mercados internacionais liderava como uma preocupação entre os empresários do ramo. No entanto, desde o início das vacinações e a melhora na crise sanitária, a atenção do grupo tem se voltado aos custos de produção e de matérias-primas.

 

Segundo uma matéria publicada no portal Expansão, em setembro de 2021, o diretor de compras e logística da empresa de calçados Piccadilly, Josué Kunst, afirma que o impacto do aumento do preço das matérias-primas em agosto de 2021 foi 30% maior ao mesmo período no ano anterior, sendo impossível repassar todo o reajuste ao consumidor. Para reverter o quadro, a Piccadilly tem apostado na compra antecipada e no reforço de estoques para sua produção.

 

Papelão, plástico, aço, resina, tecido e espumas foram os insumos que mais pesaram no reajuste. O papel subiu mais de 100% desde 2020, e a resina 80%. No entanto, o diretor está otimista com a retomada econômica: “As vendas foram impactadas, porém no segundo semestre de 2021 começa uma normalização, em nível anterior ao da pandemia”, afirma.

 

A pesquisa também levantou que preocupações com a queda na procura pelos produtos caiu de 50% para 20% e, com  problemas financeiros, de 44% para 20%. Já as concorrências no mercado internacional, obstáculos legais ou regulatórios, impostos e questões climáticas, também parecem ter perdido espaço entre as prioridades dos entrevistados.

 

Sobre a realização da pesquisa

 

O objetivo do World Footwear Experts Panel Survey é coletar e divulgar informações sobre as condições atuais de negócios nos mercados mundiais de calçados. Estes resultados foram obtidos na quinta edição da pesquisa, realizada durante o mês de outubro de 2021.

 

Foram obtidas 122 respostas válidas, sendo essas, 43% provenientes da Europa, 30% da Ásia, e 20% nas Américas. O restante ficou dividido entre o continente africano e a Oceania.




Por Gabriel Rezende 24 de setembro de 2025
A SGI Europe (Sporting Goods Intelligence) listou os 50 maiores varejistas esportivos do mundo. Juntos, faturaram em 2024 US$ 150 bilhões (cerca de R$ 800 bilhões).  Entre eles, duas redes têm operações no Brasil: a maior do mundo (de origem francesa) e a 25ª (brasileira!). É significativo estar no mapa, mas, pelo tamanho e perfil da nossa população, o Brasil poderia ter um peso muito maior no consumo global de artigos esportivos. Um dos freios é o nosso ambiente comercial fechado. Em 2007, o Brasil elevou tarifas de importação de vestuário e calçados de 20% para 35%, mantendo desde então uma das alíquotas mais altas do mundo para o setor. O resultado aparece nos dados. Segundo o IBGE, as vendas de vestuário e calçados (em geral, não apenas esportivos) caíram 4,4% quando comparamos 2025 com 2007. No mesmo período, o varejo total brasileiro cresceu quase 70%.
Por Gabriel Rezende 16 de setembro de 2025
Relatório da UNICEF feito com informações de 190 países destacou que, pela primeira vez, o número de crianças e jovens obesos superou o de desnutridos!
Leia mais