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Pesquisa aponta presença de químicos perigosos em produtos falsificados

A intoxicação por metais pesados em produtos pirateados pode acarretar graves problemas de saúde, como câncer e doenças pulmonares.


Pesquisa divulgada pela
American Apparel & Footwear Association (AAFA) demonstra que os males da pirataria vão muito além do que o senso comum pode imaginar.  De acordo com o relatório, além de serem produtos de baixa qualidade, que estragam de maneira mais rápida e que geralmente não são apropriados para a prática esportiva, os itens falsificados analisados apresentaram uma grande porcentagem de substâncias perigosas à saúde.


Para chegar às conclusões, a associação trabalhou em conjunto com a Intertek, uma das empresas mais renomadas em testes e certificações de produtos na Inglaterra. Foram testados 47 produtos pirateados, entre roupas, tênis e outros acessórios. Desses, 36,2% não cumpriram os padrões de segurança de produtos dos Estados Unidos e continham químicos ou metais pesados como arsênico, cádmio, ftalatos, chumbo, entre outros.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o arsênico é um dos 10 produtos químicos mais preocupantes para a saúde pública. A exposição à substância pode ser absorvida pelo organismo, e em mulheres grávidas pode passar a parede do útero, contaminando o feto. Mais recentemente, a substância tem sido associada ao aumento da mortalidade em adultos jovens devido a múltiplos cânceres, doenças pulmonares, ataques cardíacos e insuficiência renal, além de prejudicar o desenvolvimento cognitivo, inteligência e memória. Tais efeitos colaterais também podem ser notados em pessoas expostas ao chumbo.


Já os ftalatos são associados a doenças cardíacas, morte precoce e interrupção hormonal. Além disso, o Conselho Nacional de Pesquisa concluiu que a exposição pré-natal a certos ftalatos pode causar danos ao útero.


Enquanto isso, o cádmio também traz riscos à saúde, afetando principalmente os rins, ossos e sistemas respiratórios e é definido como um carcinógeno humano. Um único acessório testado como parte do estudo da AAFA demonstrou 600 vezes acima do limite de exposição desta substância.


“Há uma quantidade surpreendente de falsificações que apresentam algum risco para a saúde aparecendo a cada minuto, mesmo nas plataformas de e-commerce e mídias sociais mais confiáveis. É por isso que a AAFA trabalha com o Congresso e agências governamentais dos EUA para soar o alarme, e desenvolver políticas eficazes para aumentar a consciência pública sobre a questão, melhorar as ferramentas no combate a produtos ilícitos e falsificados e responsabilizar o comércio eletrônico e as plataformas de redes sociais”, pondera o presidente e CEO da AAFA, Steve Lamar.


No Brasil
 


A ÁPICE tem um compromisso no combate à pirataria no Brasil. Por isso, recentemente encomendou um relatório
para a Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), que levantou números sobre a comercialização de produtos esportivos falsificados no Brasil em 2021. De acordo com o estudo, no ano de 2021 foram comercializadas mais de 482 milhões de unidades de itens esportivos – 33% destes eram não originais, totalizando mais de 157 milhões de unidades falsificadas vendidas. 


“Neste ano, conseguimos mapear o tamanho do mercado ilegal no Brasil e agora temos dados que comprovam o quanto produtos falsificados podem prejudicar a saúde de consumidores. Entender que o comércio ilícito é prejudicial em diversas esferas é apenas o primeiro passo para conscientizar a população brasileira das consequências de um consumo displicente”, afirma Renato Jardim, diretor executivo da ÁPICE, e acrescenta: “É nosso dever como entidade ajudar a divulgar esse tipo de informação e melhorar a qualidade de vida das pessoas”. 

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